“Nos apaixonamos pelo que achamos que sabemos da pessoa e não por ela realmente. Nos apaixonamos pela projeção que criamos, pelo pedacinho de nós mesmos que (achamos que) encontramos no outro.
Paixão é o desejo por desejar. Amor é o que fica depois que a gente descobre que o outro não é quem pensamos que fosse. Porque o outro é o outro e não a gente.
Paixão é espelho, amor é janela. Paixão só vira amor se a gente conseguir dissolver nosso reflexo sem causar dano. Amor só é amor quando esse espelho consegue virar uma janela do outro sem se quebrar.
Paixão quando quebra, vira coração partido. Corta, machuca. Amor, não… porque mesmo que com o tempo esse vidro fique lascado, riscado, o amor faz com que ele permaneça praticamente inteiro e apara as arestas. O amor continua transparente e sem pontas afiadas.
Porque se machucar, não é amor. Se não conseguires olhar através do vidro e ver quem o outro é de verdade, não é amor. E se esperares que o outro seja sempre o que foi (ou que achavas que era) lá no início, o amor nunca vai ter a chance de chegar. Vais passar a vida encarando o próprio reflexo”