Transito entre ser e estar
e, nessa transição, já não sou quem costumava ser
Amanhã não serei quem sou hoje
ESTOU sempre, mas nem sempre SOU onde estou
Em alguns lugares estive, mas não fui, não era
Só passei por lá, mas não tentei ser nada além da passagem

Lembrei do dia que li meia duzia ou mais de textos meus e tu fechavas os olhinhos prestando atenção. Te dei um livro sobre escrita afetuosa, pra você ver que sabia escrever também. Tempos depois chegou na minha casa uma carta escrita à mão e com letrinhas miudinhas que encheram meus olhos d’água e eu pensei: meu Deus! Que sorte eu tenho!

Me propus a ler mais coisas não relacionadas a trabalho. Arte (nas suas mais variadas formas) é um dos meus Hiperfocos e por isso eu tenho a tendência de consumir mais conteúdos relacionados a criatividade, animação, artes gráficas, história da arte, artes manuais etc.

Esse ano parece que vivo dez meses em um, todos os meses.

Uma fagulha de vida nova brilhava aqui dentro e eu juro, até cheguei a pensar que pudesse não ser só por minha causa. Por um tempo senti que as pessoas ao redor tinham notado isso também, apesar de nunca terem conhecido minha vida antiga.

Foram 26 dias estudando programação todos os dias, sem sábados, domingos ou feriados de folga. Mais de 40h de estudo por semana. Sem aulas, sem professores.

Tudo é efêmero. Nada é para sempre. E talvez por acreditar nisso é que abri mão de algumas certezas e criei raízes fora do chão.

Olho para um rio emoldurado. Um rio que divide dois países. A moldura é estática, mas o quadro é vivo. O céu muda de cor e o rio corre, corre. Ou às vezes só flui devagar, mas não pára. Estática como sua moldura, só eu agora — pelo menos é como me sinto.

Me via andando em círculos e, ao reciclar o caminho chegando ao início mais uma vez, sentia uma mistura de alívio, alegria e desespero. Aprendia coisas novas sempre que o ciclo se renovava, mas remoía medos antigos toda vez que recomeçava o aprendizado …